nina na janela

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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

grande aventura: uma viagem de carro

minha meNina é viajada. ela sempre vai comigo nas férias pro rio grande do sul. e somente uma única vez ficamos separadas por 15 dias, pra nunca mais. eu quase morri de saudade e ainda passei pelo trauma de levar gelo dela quando nos encontramos depois desse longo período. a safadinha simplesmente me ignorou. depois disso nunca mais me separei. uma vez resolvi ir passar o feriado do reveillon em prado, na bahia. fomos em turma. ficamos em um lugar lindo. e o melhor, que aceitou a nina. mas o problema foi que fomos de carro! no nosso carro eu e valério na frente, e a nina no meu colo. atrás, giovani e a esposa. no outro carro os pais do giovani. cachorro não pode viajar no colo. ele tem que ir dentro da casinha ou preso no cinto de segurança específico para ele. mas não há cristo no mundo que faça a nina entrar no carro e ficar em qualquer outro lugar que não seja o meu colo. e não basta ser no colo, é sempre na mesma posição. e eu fui daqui até prado com ela no colo, na mesma posição. graças a deus ela foi acostumada desde bebezinha a andar de carro então não enjoa. na verdade eu deixo ela em jejum no dia da viagem. dou bastante água e vamos parando de tempos em tempos pra ela fazer xixi, cocô e dar uma caminhadinha. apareceu uma  graminha, nós paramos. a viagem durou três dias. duas noites. e o problema que me tirou o sono: achar hotel no meio do caminho que aceitasse a nina. estamos no terceiro mundo, com viés de quarto mundo no que diz  respeito a animais de estimação. as pessoas ainda não se deram conta que as famílias estão mudando, e uma das mudanças é cachorro ou gato serem considerados da família. hoje é normal irem junto com os donos. parece que as pessoas ainda nãos e deram conta disso. mas enfim, na primeira parada ficamos numa cidade que não vou lembrar o nome, num hotel no centro. hotel velho. com escadaria velha, um quarto gigantesco, parecia uma sala de aula adaptada. um banheiro podre. a teresa, mãe do giovani, tomou banho de chinelo de tanto nojo que ficou de pisar no chão do chuveiro. box? que isso? surpreendentemente as camas estavam limpas, com cheiro de amaciante. amaciante vagabundo, mas cheirosinho. ficamos no tal quarto gigante, com duas camas de solteiro. e a nina se comportou maravilhosamente bem. ela entendeu toda a situação e quando ensaiou dar umas latidas conversei com ela e ela só resmungou. bichinha. saimos pra comer e ela firme na colerinha. achamos um restaurante simples mas honesto e ela foi bem-vinda. oura coisa que a nina tá acostumada é ir ao restaurante comigo. no churrasquinho aqui da quadra toda vez ela vai junto e na praia também, sempre. ela se comporta, fica sentadinha do meu lado. sempre peço um copo descartável e uma água pra ela. e ela fica ali, olhando tudo ao redor. tranquila. na manhã seguinte seguimos viagem. paramos em salinas pra comprar cachaça. foi onde ela quase  me matou de vergonha porque não tinha graminha pro cocô e ela fez um cocozão em frente a loja mesmo. todo mundo viu! ai ai ai. lá foi a mamãe aqui limpar a sujeira. e não bastou tirar a bosta, tive que dar uma lavadinha com água porque a calçada ficou bem prejudicada. mas tudo bem. sobrevivemos. à noite encontramos outro hotelzinho pra ficar. no começo o cara não queria aceitar a nina, mas quando viu que seriam três quartos, seis pessoas, o dinheiro falou mais alto e a nina pode se refastelar. estava se achando a dona do pedaço. como o resto do povo queria jantar comida eu e o valério ficamos com medo de um restaurante mais chique não aceitar a bebê, então fomos pro bom e velho copo sujo da esquina , nos empanturramos de batata frita, cerveja e cachaça. e fomos felizes. apareceu um cachorrinho de rua, faminto coitado. demos uma porção de filé pra ele. e ele ficou por ali, rondando. acabou deitando de barriguinha cheia e dormiu. no outro dia, no café da manhã os hóspedes olhavam a nina com curiosidade, mas todos nos trataram muito bem. pegamos a estrada. várias paradinhas depois, finalmente chegamos em prado. havia três opções de quarto. dois subindo a escada e um no térreo. a teresa escolheu o térreo, não nos importamos de subir as escadas. e a nina ficou louca. ela nunca sobe escada. eu nunca ensinei isso. explico: eu moro no primeiro andar, a escada é praticamente em frente a minha porta. se ensino a nina a subir e descer escada, cada vez que eu abrir a porta tenho certeza que ela vai parar lá embaixo porque ela se acha a dona do andar inteiro. então ela nem desconfia que tem uma escada aqui perto. toda vez que ela ia cheirar os degraus eu já dizia logo um não. ai ela aprendeu. aprendeu tanto que numa emergência ficamos sem elevador. eu fui de escada e chamei: vem nina. hum, quem disse que ela colocou o pé, a pata no caso, no degrau? empacou. claro, na cabeça dela aquilo ali é proibido e ela tá certa, eu que errei. regras são pra serem seguidas. não posso dizer pra ela que é proibido e depois eu mesma chamo? não pode! enfim, a bichinha chegou lá e subiu aquela escada umas cinco vezes até colocar os bofes pra fora. quando ela percebeu que a gente ia ficar subindo e descendo se sentou no topo e ficou esperando a gente resolver a vida. ficamos uma semana maravilhosa lá. o que me doeu o coração foi na noite do reveillon deixar ela sozinha. a gente ia pro centro da cidade. tava a maior muvuca e iamos ficar num restaurante que eu não sabia se ia aceitar a presença dela. deixei sozinha. no estacionamento eu ouvia o choro dela. um desespero. mas foi o jeito. voltei logo pra casa. ela odeia praia. e depois da festa fomos pular as ondinhas. ela já estava comigo. quando eu fui pular as tais ondas ela se foi correndo na minha direção e quase se afogou. tadinha. estava tão em pânico de ficar sozinha que nem se importou com o mar. peguei no colo e dei muitos beijinhos. pra compensar no outro dia fomos a um restaurante chique e eu levei ela. foda-se. e pra minha surpresa, fomos super bem atendidos. o garçom até levou um potinho de margarina pra colocar a água sem nem eu pedir. foi legal. na volta pra brasília estavamos no carro eu, ela , a esposa do giovani e o valério. o gio e os pais deles continuaram em prado. como a pressa era maior, e o tempo menor, fizemos em dois dias em vez de três. então, em vez de duas dormidas só precisavamos de um hotel. mas e a dificuldade que foi? porque quando eram seis pessoas, três quartos, ninguém queria perder dinheiro, mas só três pessoas, dois quartos, foi difícil achar. chegamos a uma cidadezinha perdida no interior de minas. e começamos a procurar hotel. fomos a uns 10 e nada. eu já estava afim de dormir no carro com a nina  e deixar o valério e a renata se virarem no hotel. até que uma pousadinha bem limpinha aceitou a nina, mas cobrou o triplo do preço. e ainda passou o valério pra trás. combinou x, mas na hora de pagar disse que era x mais y. como não tinha outra opção, aceitamos ser explorados e assim ficamos. o lugar era simples mas limpo. pegamos a estrada cedo e viemos. a nina não enjoou mas a certa altura começou a babar. cachorro sua pela língua, fiquei preocupada. aumentamos as paradas do xixi e no fim deu tudo certo. essa foi só uma das muitas aventuras, ainda tem as viagens de avião. mas isso fica pra outra hora. ah, é importante antes de viajar ter um atestado do veterinário. se numa blitz da polícia rodoviária parar o carro e tiver um cão dentro, eles vão exigir isso. de resto, é só reparar se eles estão confortáveis e partir para a aventura.  

único dia na vida dela que ela gostou da praia...
acho que ela se divertiu...

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